terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Resíduos Hospitalares


Os resíduos hospitalares, como o seu próprio nome indica, são os resíduos resultantes das actividades de saúde de um estabelecimento que presta qualquer tipo de cuidados de saúde à população. São resíduos que não podem ser colocados na rede de recolha de resíduos normais visto serem potenciais portadores de patologias. Para além disso estão incluídas algumas substâncias que devido à sua natureza, não sendo portadoras de microrganismos patogénicos, poderão causar danos na saúde pública. Incluem-se aqui materiais radioactivos utilizados em procedimentos específicos.

Estes resíduos devem ser incinerados para que sejam destruídos quaisquer microrganismos que poderiam ser perigosos, sendo depois as cinzas resultantes da incineração colocadas em aterros para resíduos perigosos.
Um ponto importante a salientar é a separação de lixo que é necessário levar a cabo. Em primeiro lugar os objectos cortantes e perfurantes têm de ser colocados em recipientes próprios e devidamente identificados, que permitam o seu transporte sem o risco de causar lesões a quem manuseia estes recipientes. Por outro lado, é feita a separação do lixo de acordo com a sua perigosidade.

De acordo com a legislação os resíduos são classificados da seguinte forma:

Grupo I – Resíduos equiparados a urbanos - não apresentam exigências especiais no seu tratamento
a) Resíduos provenientes de serviços gerais (como de gabinetes, salas de reunião, salas de convívio, instalações sanitárias, vestiários, etc.);
b) Resíduos provenientes de serviços de apoio (como oficinas, jardins, armazéns e outros);
c) Embalagens e invólucros comuns (como papel, cartão, mangas mistas e outros de idêntica natureza);
d) Resíduos provenientes da hotelaria resultantes de confecção e restos de alimentos servidos a doentes não incluídos no grupo III.
Grupo II – Resíduos hospitalares não perigosos - não estão sujeitos a tratamentos específicos, podendo ser equiparados a urbanos
a) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas não contaminados e sem vestígios de sangue;
b) Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue;
c) Material de protecção individual utilizado nos serviços gerais de apoio, com excepção do utilizado na recolha de resíduos;
d) Embalagens vazias de medicamentos ou de produtos de uso clínico ou comum, com excepção dos incluídos no grupo III e no grupo IV;
e) Frascos de soros não contaminados, com excepção dos do grupo IV.
Grupo III - Resíduos hospitalares de risco biológico - resíduos contaminados ou suspeitos de contaminação, susceptíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz, permitindo posterior eliminação como resíduo urbano
a) Todos os resíduos provenientes de quartos ou enfermarias de doentes infecciosos ou suspeitos, de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de tratamento, de salas de autópsia e de anatomia patológica, de patologia clínica e de laboratórios de investigação, com excepção dos do grupo IV;
b) Todo o material utilizado em diálise;
c) Peças anatómicas não identificáveis;
d) Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados;
e) Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos, com excepção dos do grupo IV;
f) Sacos colectores de fluidos orgânicos e respectivos sistemas;
g) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas contaminados ou com vestígios de sangue; material de prótese retirado a doentes;
h) Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue;
i) Material de protecção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio geral em que haja contacto com produtos contaminados (como luvas, máscaras, aventais e outros).
Grupo IV – Resíduos hospitalares específicos - resíduos de vários tipos de incineração obrigatória
a) Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas, até publicação de legislação específica;
b) Cadáveres de animais de experiência laboratorial;
c) Materiais cortantes e perfurantes: agulhas, catéteres e todo o material invasivo;
d) Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação específica;
e) Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração.

De forma a tratar estes resíduos da forma adequada é necessário fazer separação dos resíduos. Assim, os resíduos do grupo I e II são colocados em saco preto, os resíduos do grupo III em saco branco e os resíduos do grupo IV em saco vermelho. Como já foi mencionado antes, qualquer objecto cortante ou perfurante tem de ser colocado num recipiente rígido e devidamente identificado.

O tratamento destes lixos passa em grande parte pela sua incineração. No entanto existem outros processos, que ao serem utilizados no grupo III poderão tornar estes resíduos inofensivos, podendo então seguir o mesmo percurso que os resíduos comuns, ou seja, não perigosos para a saúde pública.
Nestes processos inclui-se a autoclavagem, o tratamento por microondas e a desinfecção química.
A autoclavagem consiste no processo de submeter os resíduos a uma temperatura bastante elevada, juntamente com vapor de água até que sejam destruídos os microrganismos patogénicos. Tem como desvantagem não diminuir a perigosidade de resíduos não orgânicos, sendo no entanto menos dispendioso que a incineração.
O tratamento por microondas surgiu mais recentemente e também é um processo em que são utilizadas as temperaturas elevadas para destruir os microrganismos patogénicos.
Por último temos a desinfecção química em que são utilizados produtos químicos para destruir os micro-organismos.
Independentemente das alternativas, a incineração é sempre necessária visto existirem sempre resíduos do grupo IV que têm de ser destruídos, para além de ser um método eficaz de destruição de microrganismos patogénicos e de materiais potencialmente perigosos para a saúde pública.

Entrevista à enfermeira chefe do centro de saúde de Ourém

1- Fazem tratamento de resíduos hospitalares?
R: Nao fazemos o tratamento, fazemos a triagem e o condicionamento dos resíduos;

2- Como o fazem? Quantos tipos existem?
R: Existem 4 tipos.

Tipos1 e 2, são considerados resíduos urbanos e vão para um saco preto;
Tipo 3, vão para um saco branco e um balde verde com tampa, pois pode deitar cheiro;
Tipo 4, não tem saco de plástico, é um recipiente amarelo com tampa vermelha, e é utilizado para cortantes (agulhas, bisturis,...)

3- Qual é o destino dos cortantes?
R: Normalmente vão para Espanha para serem cortados;

4- Acham relevante a separação dos resíduos?
R: Sim;

5- Recorrem a uma empresa especialista? Qual?
R: Sim, à Ambimet que vem semanalmente ás quintas-feiras de manhã;

6- Quem é o responsável pela separação dos resíduos hospitalares?
R: Todos os profissionais;

7- Onde se encontram os recipientes?
R: Em todos os sítios onde se produz lixo. Nas secretarias apenas há lixo do tipo 1 e 2 (saco preto); Nas urgências, salas de tratamento e gabinetes médicos existem os recipientes do tipo 3 e 4,

8- Todos os materiais se podem reciclar?
R: Sim;

9- Que quantidade de lixo produzem?
R: Do grupo 3 são produzidos entre 12 e 13 contentores verdes por semana, que equivale, essencialmente a 150 a 180 kg por mês. No grupo 4, visto que a embalagem é pesada, produzem-se cerca de 8 a 10 quilos por semana;

10- Que acontece aos equipamentos avariados e irreversivelmente estragados?
R: Caso seja uma avaria, manda-se arranjar. Se não funcionar é abatida por uma empresa, por vezes, aquela que fornece o novo equipamento.

Ecocardiograma


A ecocardiografia ou ecoDopplercardiografia abrange os métodos de diagnóstico e da estrutura do coração baseados no uso do ultra-som, ou seja, as ondas acústicas com frequência de mais de 20 mil Hz. Este exame e frequentemente utilizado nos doentes com sopro cardíaco, sintomas de palpitação, síncope, entre outras.
A ecocardiografia apresenta imagens estáticas e em movimento do músculo e das valvas cardíacas, além disso, através do mapeamento de fluxos em cores pela técnica Doppler, podemos identificar a direcção e a velocidade do fluxo sanguíneo no interior das cavidades cardíacas.

Efeito Doppler:

O efeito Doppler é uma característica observada nas ondas quando emitidas ou reflectidas por um objecto que está em movimento em relação a um observador. A incorporação do Doppler tornou a ecocardiografia no método de diagnóstico mais importante da cardiologia moderna.

Em relação à ecocardiografia, o objecto que está em movimento e reflecte as ondas sonoras emitidas pelo transdutor são as hemáceas. Através do movimento das hemáceas pode ser registado o sinal do Doppler, que pode ser analisado através de 3 modalidades: pulsado, contínuo e colorido:

- O Doppler pulsado analisa a velocidade do fluxo sanguíneo em um determinado ponto específico do coração, com um espectro de velocidade limitado;

- O Doppler contínuo analisa o somatório das velocidades de todos os fluxos em uma determinada faixa do coração onde é posicionado o cursor, e permite registar o fluxo em altas velocidades;

- O Doppler colorido ou Mapeamento de fluxo a cores analisa o fluxo sanguíneo em 2 dimensões e as cores determinam a sua direcção dentro das cavidades cardíacas.